Autor: Bruna Amorim

Dá pra falar sobre igualdade de gênero ainda na infância?

Para você, brincadeira de menina ou de menino existe? E cores, você acha que existem tonalidades específicas para cada gênero? Profissões? Esportes? Livros? Já pensou como seria a sociedade se tudo, literalmente tudo, fosse catalogado e determinado pelo gênero?

É verdade que, infelizmente, em alguns ambientes essa ‘definição’ importa mais do que habilidade, vontade ou curiosidade por uma área específica. Então, como podemos trabalhar e construir uma infância mais igualitária e com equidade de gênero?

Não existe um manual de instruções para isso, mas conhecimento e diálogo são as principais ferramentas! Você já ouviu a frase “as palavras ensinam, mas os exemplos arrastam”? 

Então, é basicamente isso: converse sobre as diferenças, mas deixe claro que elas não impedem ninguém de ser o que quiser ser. Fale sobre sentimentos e mostre como todo mundo pode sentí-los, crianças, adultos, independente do gênero, choram, sentem dor, ficam felizes ou frustradas. Brinque daquilo que sua criança quiser e incentive novas brincadeiras, se a boneca pode ensinar sobre cuidado para uma menina, também pode fazer o mesmo para um menino.

Além disso, abuse das pequenas atitudes! Apresente literatura, filmes e desenhos diversos, use o protagonismo feminino como exemplo de desconstrução de estereótipos. Divida as atividades de casa igualmente, crianças podem (e devem!) assumir responsabilidades de acordo com o nível de amadurecimento e idade.

Essas são algumas formas práticas de mostrar que o gênero não define e nem impede as pessoas de exercerem qualquer atividade.

Aqui no clube, já abordamos essa temática em diferentes histórias e para todas as faixas etárias. Por isso, trouxemos algumas sugestões de livros que vão ajudar na discussão, prática e teórica, sobre igualdade de gênero.

 

Para os pequenos e pequenas:

  1. Quem Disse? de Caroline Arcari

Idade Recomendada: De 0 a 5 anos

Quem disse, Andreza, que menina só se fantasia de princesa?

Quem disse, Lelê, que menino não brinca de ser pai de um bebê?

Este é um livro colorido e lindamente ilustrado que traz novas possibilidades de brincar, ser e sonhar, desconstruindo estereótipos e padrões de gênero. O livro fala sobre masculinidade alternativa, educação de meninos e empoderamento de meninas.

  1. Eu sou uma menina! de Yasmeen Ismail

Idade Recomendada: De 0 a 5 anos

O livro foi publicado pela Editora Brinque-Book, escrito e ilustrado por Yasmeen Ismail e traduzido por Gilda de Aquino. Determinada, esperta, cheia de atitude e energia, a menina desta história é, muitas vezes, confundida com um menino!  Dá pra acreditar?

Isso é porque ela faz muitas coisas que são tipicamente “de menino”. Mas, o que isso quer dizer? Essa personagem nunca se dá por vencida: ela é uma menina! Anda de patinete, lê muitos livros, é uma ótima nadadora, adora música, gosta de uma bagunça, brinca de faz de conta com os amigos. Ela não para.

  1. Malu brinca de quê? de Nanda Mateus e Raphaela Comisso

Idade Recomendada: De 0 a 5 anos

Malu está curiosa com uma coisa: há tanta variedade de brinquedos e possibilidades, mas ela sempre recebe bonecas de presente. Qual o motivo para isso? Por qual motivo acreditamos que existem brinquedos de menina e brinquedos de menino? Com uma imaginação fértil, ilustrações coloridas e divertidas e uma história envolvente, Malu nos convida a pensar sobre os estereótipos de gênero na educação infantil!

 

E para as crianças maiores?

  1. A menina que amava as plantas  escrito por Xu Lu

Idade Recomendada: De 6 a 12 anos

Publicado pela Editora Cai Cai, ilustrado por Alice Coppini e traduzido por Verena Veludo, o livro conta a história de Tu Youyou, uma grande mulher, farmacologista e educadora chinesa que salvou milhões de vidas.

Essa paixão infantil irá transformar nossa pequena protagonista na cientista mais importante de sua época: estudando em laboratório as plantinhas que tanto admira, ela descobrirá a cura da malária, uma doença mortal que apavorava diversos países da Ásia, da África e da América do Sul. Hoje com 90 anos, Tu Youyou salvou a vida de milhões de pessoas ao redor do mundo com sua pesquisa científica e paixão pelas plantas.”

  1. As mulheres e os homens elaborado por Equipo Plantel

Idade Recomendada: De 10 a 13 anos

Meninas usam rosa e meninos usam azul? De forma divertida e inteligente, o livro procura abordar questões de gênero por um viés de igualdade e em respeito à pluralidade. As conquistas no campo político e social levaram as mulheres a ganhar espaço em várias esferas da vida pública, mas ainda falta muito para alcançarmos a igualdade de gênero. As mulheres continuam sofrendo muita discriminação no mundo todo e ainda são poucas ocupando cargos de grande responsabilidade e liderança, mesmo estando tão preparadas quanto os homens.

Nesse contexto, como as crianças estão sendo educadas e o que significa, para elas, ser homem ou mulher? As mulheres e os homens é um livro instigante e de fácil compreensão, com uma paleta de cores que foge do já consagrado azul-para-meninos e rosa-para-meninas.

  1. A liga das Super Feministas escrito por Mirion Malle

Idade Recomendada: A partir de 10 anos

A Liga das Super Feministas é uma HQ divertida, ideal para pré-adolescentes e adolescentes mais jovens, que orienta leitoras através de alguns dos princípios centrais do feminismo como consentimento, interseccionalidade, privilégio, imagem corporal, inclusão e muito mais.

Toda a obra propõe diálogos e quebras de tabus muito ricas em novas propostas para uma vida mais diversa. Por isso, acreditamos que nós, como educadoras, podemos trabalhar cada capítulo do livro com as crianças, entender como podemos trazê-los à prática, durante o dia-a-dia delas, estimulando, dialogando e, principalmente, mais do que tudo, aprendendo junto também, quebrando nossos próprios tabus!

O clube Minha Pequena Feminista é um clube de assinatura de livros infantis focado na escolha de títulos com protagonistas meninas e mulheres! O objetivo da curadoria é trazer histórias que promovam a igualdade de gênero e o empoderamento feminino, demonstrando a importância de falarmos e termos referências femininas, bem-sucedidas, inovadoras e independentes desde muito cedo.

Acesse aqui nossos planos e saiba como você pode fazer parte do clube!

 

 

 

Sentimentos: Vamos falar sobre empatia para crianças?

Já pensou como seria bom se tivéssemos um dicionário que nos explicasse detalhadamente cada um dos sentimentos que existem no mundo e como eles podem se manifestar em cada um de nós? Seria muito interessante!

Até existem alguns livros por aí que falam sobre isso, com conceito e ilustrações, mas não podemos esquecer que assim como nós somos únicos, a forma de expressarmos nossos sentimentos também é bem particular. Por isso, acredito que um dicionário não daria conta da imensidão de formas que um sentimento pode ser expressado.

Dito isso, como podemos então entender os sentimentos dos outros e respeitá-los como se fossem nossos? Para a sociologia e psicologia isso é possível através da empatia, que, de modo geral, significa colocar-se no lugar do outro. Ou seja, entender como o outro se sente e se vê em determinadas situações.

Engana-se quem pensa que empatia é um sentimento, por isso não temos como sentir empatia! Na verdade essa capacidade de colocar-se no lugar do outro é uma habilidade socioemocional, em outras palavras, é  um tipo de inteligência emocional. Parece complexo, né? Mas é uma habilidade natural, aproximadamente 98% dos seres humanos desenvolvem esse comportamento altruísta.

E as crianças? Elas também conseguem desenvolver essa habilidade socioemocional? Sem dúvidas! O ponto principal para conversar e mostrar a importância de ser empático para as pequenas e pequenos é através do exemplo. Como você (pai, mãe, avós, irmãos) reage e lida com as emoções e necessidades das outras pessoas?

Mostre como o respeito é essencial para o convívio em sociedade, fale sobre como vivemos em comunidades e que cada pessoa é única e precisa ser tratada como tal. Converse com a criança sobre suas próprias emoções, é importante saber nomear os próprios sentimentos e perceber quando cada um deles surge. 

Além disso, use outras dinâmicas para falar sobre sentimentos, diferenças e respeito ao próximo. Livros e filmes são ótimos aliados para essas discussões! Assista e leia com sua criança, promova conversas sobre o que ela sentiu com cada história, com qual personagem ela mais se identificou, peça que ela te conte o que entendeu sobre o que foi contado ou assistido. Diálogo é a melhor ferramenta de ensino e aprendizado!

Por isso, trouxemos algumas sugestões de livros com protagonistas femininas que nos ajudam a entender a importância da empatia para as nossas relações.

 

1 – Quando meu coração acelera

Esta é a história de Aurora, nome que significa “aquela que brilha como o ouro”. Mas quem diria que algumas palavras ditas poderiam apagar todo esse brilho?

Aurora vem nos mostrar que nem sempre quando nosso coração acelera é de felicidade e que as palavras carregam muito poder, tanto para o bem quanto para o mal. Este livro é uma história cheia de sentimento que ressalta a importância de olharmos para as crianças com mais empatia e atenção. 

Quando meu coração acelera traz ilustrações lindas e sensíveis que tratam sobre ansiedade e inseguranças, temas complexos em qualquer idade e que merecem cuidado especial durante a infância!

Autora: Graziela Santos Dias

Idade Recomendada: De 7 a 12 anos

 

2 – A ilha das emoções

Esta história linda e rica de emoções fala sobre a vida da pequena Lenina, uma menina que tem seus planos frustrados e precisa aprender a lidar com as decepções que surgem a partir disso.

A nossa protagonista vai viajar por uma jornada de cores e irá aprender a lidar com diversas emoções que existem dentro dela. Será um livro muito especial para introduzirmos junto às crianças mais novas conversa sobre expressão de sentimentos.

Autora: Paula Raskin
Idade Recomendada: De 4 a 7 anos

 

3 – Por que o cabelo da princesa foi passear?

por que o cabelo da princesa foi passear

A princesinha Lara, que não usava coroa e tinha como cor preferida o amarelo, adorava brincar com seus amigos e gostava de rock and roll. Para ela, não tinha essa história de brincadeira de menino e brincadeira de menina, ela só queria se divertir (certíssima). E quando alguém a criticava, ela já ia perguntando: “Por que as princesas não podem jogar bola?”.

Um dia, porém, Lara adoeceu… A doença era grave, e os médicos disseram que, durante o tratamento, o cabelo da princesa sairia para passear. Ficou muito triste pela falta de cabelo, tinha até vergonha de sair de casa. Mas a princesinha não desconfiava que uma linda surpresa iria transformar aquela situação em uma inesquecível oportunidade para plantar a sementinha do amor e da solidariedade.

Além do tema da superação de uma doença, esse lindo e emocionante livro aborda questões como afeto, empatia e desconstrução de padrões de beleza.

Autor: Rodrigo Cristiano
Idade Recomendada: 5 a 9 anos

 

4 – Bia e o Elefante

Bia e o Elefante são inseparáveis e muito – muito – diferentes. Bia gosta de brincar lá fora enquanto o elefante prefere ficar dentro de casa. Um gosta de correr, outro de andar devagar.

Cada um é feliz do seu jeito e gostam de coisas muito específicas, mas essas oposições não os impede de serem grandes amigos, como deve ser. Uma história sobre o poder da amizade e a importância do respeito.

Autora: Carolina Moreyra e Odilon Moraes

Idade Recomendada: De 0 a 4 anos

 

5 – Rô e Lili

O livro Rô e Lili conta a história de duas amigas que conseguiram, juntas, suportar as dores de serem diferentes. Uma era como irmã para a outra, e juntas se divertiam muito: subiam em árvores, corriam, brincavam de esconder, de boneca, de bola… e, adoravam conversar enquanto tomavam chá.

O cotidiano fica ainda mais próximo quando as meninas sofrem de bullying. O livro aborda o sofrimento, no nível individual, que ser diferente traz. As meninas se sentem excluídas no ambiente escolar.  A narrativa acaba por gerar, de modo sensível e natural, o sentimento que evita a dor, a EMPATIA.

Autora: Maria Elaine Altoe

Idade Recomendada: De 7 a 10 anos

 

6 – Flora, faça florir

flora faça florir

Romper silêncios é desafio para quem tanto foi silenciada. Encontrar a própria voz e fazê-la ecoar, como for possível, é quase uma missão. E Flora aceitou o desafio! Aprendeu a transformar silêncios em sons e sons em ação. Assim, encontrou um jeito todo especial de fazer florir dentro de si e ao seu redor.

Antes de compreender o processo de florir, Flora teve que aprender a lidar com as reverberações das dores e silenciamentos sofridos pelas mulheres com quem dividia a vida: Ayo, Abayomi, Zuri e Ayana, sua mãe, tia, irmã e avó, respectivamente. O livro fala sobre (do)sororidade, empatia, racismo e o poder da união feminina em uma família composta por mulheres pretas.

O clube Minha Pequena Feminista é um clube de assinatura de livros infantis focado na escolha de títulos com protagonistas meninas e mulheres! O objetivo da curadoria é trazer histórias que promovam a igualdade de gênero e o empoderamento feminino, demonstrando a importância de falarmos e termos referências femininas, bem-sucedidas, inovadoras e independentes desde muito cedo.

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