Já pensou como seria bom se tivéssemos um dicionário que nos explicasse detalhadamente cada um dos sentimentos que existem no mundo e como eles podem se manifestar em cada um de nós? Seria muito interessante!
Até existem alguns livros por aí que falam sobre isso, com conceito e ilustrações, mas não podemos esquecer que assim como nós somos únicos, a forma de expressarmos nossos sentimentos também é bem particular. Por isso, acredito que um dicionário não daria conta da imensidão de formas que um sentimento pode ser expressado.
Dito isso, como podemos então entender os sentimentos dos outros e respeitá-los como se fossem nossos? Para a sociologia e psicologia isso é possível através da empatia, que, de modo geral, significa colocar-se no lugar do outro. Ou seja, entender como o outro se sente e se vê em determinadas situações.
Engana-se quem pensa que empatia é um sentimento, por isso não temos como sentir empatia! Na verdade essa capacidade de colocar-se no lugar do outro é uma habilidade socioemocional, em outras palavras, é um tipo de inteligência emocional. Parece complexo, né? Mas é uma habilidade natural, aproximadamente 98% dos seres humanos desenvolvem esse comportamento altruísta.
E as crianças? Elas também conseguem desenvolver essa habilidade socioemocional? Sem dúvidas! O ponto principal para conversar e mostrar a importância de ser empático para as pequenas e pequenos é através do exemplo. Como você (pai, mãe, avós, irmãos) reage e lida com as emoções e necessidades das outras pessoas?
Mostre como o respeito é essencial para o convívio em sociedade, fale sobre como vivemos em comunidades e que cada pessoa é única e precisa ser tratada como tal. Converse com a criança sobre suas próprias emoções, é importante saber nomear os próprios sentimentos e perceber quando cada um deles surge.
Além disso, use outras dinâmicas para falar sobre sentimentos, diferenças e respeito ao próximo. Livros e filmes são ótimos aliados para essas discussões! Assista e leia com sua criança, promova conversas sobre o que ela sentiu com cada história, com qual personagem ela mais se identificou, peça que ela te conte o que entendeu sobre o que foi contado ou assistido. Diálogo é a melhor ferramenta de ensino e aprendizado!
Por isso, trouxemos algumas sugestões de livros com protagonistas femininas que nos ajudam a entender a importância da empatia para as nossas relações.
1 – Quando meu coração acelera
Esta é a história de Aurora, nome que significa “aquela que brilha como o ouro”. Mas quem diria que algumas palavras ditas poderiam apagar todo esse brilho?
Aurora vem nos mostrar que nem sempre quando nosso coração acelera é de felicidade e que as palavras carregam muito poder, tanto para o bem quanto para o mal. Este livro é uma história cheia de sentimento que ressalta a importância de olharmos para as crianças com mais empatia e atenção.
Quando meu coração acelera traz ilustrações lindas e sensíveis que tratam sobre ansiedade e inseguranças, temas complexos em qualquer idade e que merecem cuidado especial durante a infância!
Autora: Graziela Santos Dias
Idade Recomendada: De 7 a 12 anos
Esta história linda e rica de emoções fala sobre a vida da pequena Lenina, uma menina que tem seus planos frustrados e precisa aprender a lidar com as decepções que surgem a partir disso.
A nossa protagonista vai viajar por uma jornada de cores e irá aprender a lidar com diversas emoções que existem dentro dela. Será um livro muito especial para introduzirmos junto às crianças mais novas conversa sobre expressão de sentimentos.
Autora: Paula Raskin
Idade Recomendada: De 4 a 7 anos
3 – Por que o cabelo da princesa foi passear?
A princesinha Lara, que não usava coroa e tinha como cor preferida o amarelo, adorava brincar com seus amigos e gostava de rock and roll. Para ela, não tinha essa história de brincadeira de menino e brincadeira de menina, ela só queria se divertir (certíssima). E quando alguém a criticava, ela já ia perguntando: “Por que as princesas não podem jogar bola?”.
Um dia, porém, Lara adoeceu… A doença era grave, e os médicos disseram que, durante o tratamento, o cabelo da princesa sairia para passear. Ficou muito triste pela falta de cabelo, tinha até vergonha de sair de casa. Mas a princesinha não desconfiava que uma linda surpresa iria transformar aquela situação em uma inesquecível oportunidade para plantar a sementinha do amor e da solidariedade.
Além do tema da superação de uma doença, esse lindo e emocionante livro aborda questões como afeto, empatia e desconstrução de padrões de beleza.
Autor: Rodrigo Cristiano
Idade Recomendada: 5 a 9 anos
4 – Bia e o Elefante
Bia e o Elefante são inseparáveis e muito – muito – diferentes. Bia gosta de brincar lá fora enquanto o elefante prefere ficar dentro de casa. Um gosta de correr, outro de andar devagar.
Cada um é feliz do seu jeito e gostam de coisas muito específicas, mas essas oposições não os impede de serem grandes amigos, como deve ser. Uma história sobre o poder da amizade e a importância do respeito.
Autora: Carolina Moreyra e Odilon Moraes
Idade Recomendada: De 0 a 4 anos
5 – Rô e Lili
O livro Rô e Lili conta a história de duas amigas que conseguiram, juntas, suportar as dores de serem diferentes. Uma era como irmã para a outra, e juntas se divertiam muito: subiam em árvores, corriam, brincavam de esconder, de boneca, de bola… e, adoravam conversar enquanto tomavam chá.
O cotidiano fica ainda mais próximo quando as meninas sofrem de bullying. O livro aborda o sofrimento, no nível individual, que ser diferente traz. As meninas se sentem excluídas no ambiente escolar. A narrativa acaba por gerar, de modo sensível e natural, o sentimento que evita a dor, a EMPATIA.
Autora: Maria Elaine Altoe
Idade Recomendada: De 7 a 10 anos
Romper silêncios é desafio para quem tanto foi silenciada. Encontrar a própria voz e fazê-la ecoar, como for possível, é quase uma missão. E Flora aceitou o desafio! Aprendeu a transformar silêncios em sons e sons em ação. Assim, encontrou um jeito todo especial de fazer florir dentro de si e ao seu redor.
Antes de compreender o processo de florir, Flora teve que aprender a lidar com as reverberações das dores e silenciamentos sofridos pelas mulheres com quem dividia a vida: Ayo, Abayomi, Zuri e Ayana, sua mãe, tia, irmã e avó, respectivamente. O livro fala sobre (do)sororidade, empatia, racismo e o poder da união feminina em uma família composta por mulheres pretas.
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O clube Minha Pequena Feminista é um clube de assinatura de livros infantis focado na escolha de títulos com protagonistas meninas e mulheres! O objetivo da curadoria é trazer histórias que promovam a igualdade de gênero e o empoderamento feminino, demonstrando a importância de falarmos e termos referências femininas, bem-sucedidas, inovadoras e independentes desde muito cedo.
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